quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Um pedaço de casa

Na foto à direita mostro-vos o meu cantinho do Chaplin do meu quarto. Por acaso, não faço ideia quem é que deu ou onde é que os meus pais arranjaram esta mini estatueta do Charlie Chaplin... É algo a descobrir. Além da mini estátua, podem ver o meu caderno do Chaplin, que tem em todas as suas páginas uma citação do mesmo.

Sempre fui assim. Guardo todas as coisinhas que possam imaginar. Tenho uma caixa de recordações já bem cheia, que não pára de encher - principalmente com todas as viagens e aventuras que tenho feito neste último ano. 

Mesmo nessas aventuras encontro sempre algo que me lembre o Chaplin. Na Lituânia, com as minhas  simpáticas companheiras de viagem portuguesas encontrámos um restaurante/café chamado Charlie's. É verdade, parece que em todo o lado se pode encontrar um restaurante ou café com esse nome. Até em Albufeira existe um - que nunca visitei, o que pensando bem não admira muito, tendo em conta que há muita coisa que só temos disponibilidade para fazer viajando, é, realmente, uma das coisas que mais gosto quando  viajo. A viagem para a Lituânia surpreendeu-me imenso, conheci gente muito simpática e fiz amigos, uns nacionais e outros internacionais. Não desvalorizando o valor da amizade e das amizades que lá fiz e me ajudaram a viver dez dias bem intensos e felizes, o que me surpreendeu mais foi a minha capacidade de ir para lá completamente sozinha, de fazer amigos, de reagir a tudo o que é diferente da forma mais natural possível. Com essa viagem percebi que tenho maneiras de não só sobreviver às saudades e a possíveis obstáculos, mas, principalmente, viver no verdadeiro sentido da palavra. Com esta viagem passei a estar completamente disponível para o mundo lá fora.

Talvez, por isso, tenha decidido candidatar-me às bolsas de estudo do Instituto de Italiano onde tive aulas de italiano este ano. Graças às boas notas consegui uma bolsa para estudar durante um mês em Florença. Graças aos meus pais tive a oportunidade de ir. Foi uma grande aventura, maior que a passada em tempo e, claro, em turismo. Conheci Florença ao ponto de haver uma altura em que já não me considerava turista, mas sim residente. Claro que também não era residente, por isso inventei a expressão 'fiorentina emprestada'. Além de Florença, uma cidade maravilhosa, aprendi muito e comecei mesmo a falar italiano! É maravilhoso quando se começa a ser independente numa cidade estranha. Depois vêm as amizades! Foram bastantes, fortes que tenciono manter mesmo que seja através das saudades, de emails ou das redes sociais. Pude, felizmente, visitar outras cidades italianas, e foi numa outra cidade da Toscana, Pisa, que encontrei por lá, de novo, o Charlie Chaplin. Enquanto passeava por Pisa em busca da Torre Pendente e da Praça dos Milagres, passei por esta mercearia com um nome interessante. Como vêem, podemos ir para muito longe, mas parece que nessa distância que nos parece enorme conseguimos encontrar, sempre, um pedaço de casa.